Certo dia, ao entrar no meu gabinete, vi, num mapa-mundi que tenho na parede o nosso Brasil chorar: O que houve meu Brasil brasileiro? _ Perguntei-lhe! E ele, espreguiçando-se em seu berço esplêndido, esparramado e verdejante sobre a América do Sul, respondeu chorando, com suas lágrimas amazônicas:
Estou sofrendo, vejam o que estão fazendo comigo... Antes os meus bosques tinham mais flores e meus seios mais amores. Meu povo era heróico e seus brados retumbantes. O sol da liberdade era mais fúlgido e brilhava no céu a todo instante. Onde anda a liberdade, onde estão os braços fortes?
Eu era Pátria amada, idolatrada. Havia paz no futuro e glórias no passado. Nenhum filho meu fugia a luta. Eu era Terra adorada e dos filhos deste solo era mãe gentil. E era gigante pela própria natureza que hoje devastam e queimam, sem nenhum homem de coragem que as margens plácidas de algum riachinho tenha a coragem de gritar mais alto para libertar-nos desses novos tiranos que ousam roubar o verde louro de minha flâmula.
E não suportando as chorosas queixas do Brasil, sai de casa e fui para o jardim. Era noite e pude ver a imagem do Cruzeiro que resplandecia no lábaro que o nosso país ostenta estrelado. Pensei... conseguiremos salvar esse país sem braços fortes? Pensei mais... quem nos devolverá a grandeza que a Pátria nos traz? Voltei ao gabinete mas encontrei o mapa silencioso e mudo como uma criança dormindo em seu berço esplêndido.
Lá fora, nas ruas e praças, já estão sendo feitos os preparativos para os comícios. Quem salvará o Brasil? Perguntei a mim mesmo como se tivesse a reposta... Eu? Tu? Ele? Nós? Vós? Eles? Ninguém isoladamente certamente... Talvez, quem sabe, numa nova conjugação.
Por favor muito cuidado ao votar. Esteja consciente de sua escolha, coloque acima de qualquer interesse o amor por esta Pátria que precisa deixar de ser um país do futuro para ser a nossa realidade de hoje.